BUMBA MEU BOI DO MARANHÃO
Lá vem o meu boi urrando, Com açoites e muito valente, É o Bumba Meu Boi do Maranhão, Com sotaque de zabumba vai longe, Estreme sua alegria por todo o Brasil. Vem meu senhor, ordeiro dessa fazenda, Põe os meninos pra brincar em volta do boi, O vaqueiro é o Chico do Biodiesel, A nega Catirina, a mãe do Etanol. Levanta poeira meu Bumba Meu Boi! Não deixe que avance as derrubadas, Da caatinga e por todo o grande serrado, Fazendo campos de cana e o algodão. Vem logo! Ó meu Bumba Meu Boi! É o boi mais lindo da noite bailante, Sintonizando o maior ciclo festivo, Numa ebulição de alegria irradiante. Não mate o boi homem errante! Não mexa com as índias de penas no peito, Elas são as mulheres de nossas heranças, Com miçangas embalam a nossa festa, E não destroem as matas dos cocais. Levanta poeira meu Bumba Meu Boi! Chama o velho capiau vaqueiro! Atordoa esses homens malucos, Expandindo na terra maranhense, O espírito do petróleo em óleo branco. Essa noite o boi vai urrar, Muita gente vai correr, E outros vão cair, E o meu Bumba Meu Boi Pelo mundo vai triunfar. Nosso povo é a nossa gente, É orgulho de nossas tradições, Aqui não é terra pra o biodiesel, Muito menos pra tal de etanol. Levanta poeira meu Bumba Meu Boi! Não deixe desmatar as poucas caatingas, Que só o grande Maranhão tem por lá, Ó meu Bumba Meu Boi valente! Segura a nega Catirina, a mãe do Etanol, E põe na "cadeia todo esse pessoal" Que nem sequer moram no Maranhão, Vem em buscas de boas terras dos cocais, Onde o grande inverno amazônico é sazonal. Terras de pastagens serão campos de sojas, Terras de chapadas serão mares de canaviais, E os grandes e pequenos agricultores rumarão, Para o lado que mais dará alegria e dinheiro, Nos bolsos dos famintos e espertos fazendeiros. Ninguém vai plantar arroz e muito menos milho, Pois o biodiesel coloca todo a cultura em elevação, Com patamares elevadíssimos nas bolsas, É a corrida do ouro branco por todo o Maranhão, Aí de mim, meu Bumba Meu Boi! Acorda meu Bumba Meu Boi do Maranhão! Levanta poeira por trás desse capoeirão, Põe essa gente pra correr por todo o sertão, A corrida do biodiesel fica lá no Planalto, É lá que deve ser plantado mamona e açafrão. Vem! Meu Bumba Meu Boi em defesa! Faz um sotaque com a pata direita no chão, Ergues o teu clamor com toda a maestria, Que um boi valente não tem comiseração. Ouça sempre e não custa nada: www.numaboafm.com.ar ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 27/06/2008
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