MEU AMOR! AINDA PROCLAMO O SEU NOME
Meu amor! A noite já chegou aos beirais dos meus olhos, e sinto a distância que fere lá dentro todos os despejos com palavras, exterminando o nosso encontro com a notícia desocupada de que não tenho mais você. É muito patente conceber com as suas frágeis argumentações da descontinuidade do romance outrora validado em nossos corações. Saiba que eu te amo e te quero repousando nos porões dessa purgação desraigada de tantos mistérios em que possivelmente, as minhas forças foram tomadas de surpresas com o término abalável do nosso namoro. Muito bem. Você tem razões em sobras para não atenuar as diretrizes que cruzam o destino de minhas orações. Eram sete horas no cruzamento dos ponteiros, ainda não completara a hora exata quando de supetão, sobreveio a ordem emanada do real pensamento em liminar, acorrentando o meu amor e sublocando numa eterna prisão. Eu entendo suas arguições, e não manobro defesa na continuidade desse amor que completara quatro meses e alguns pedaços e remendos de dias. Não, não vou procrastinar no intuito caviloso de suspender os efeitos de sua abençoada decisão. Eu acho que foi tudo o que restou dessa genérica fortaleza de amor adormecida nos sorrisos e prazeres lançados nos corpos. Notavelmente, abstenho-me e vou cumprir calado, as sólidas proclamações de pranto que amarguram no caldeirão dessa paixão que se cumpriu e não acabou, pois nem tudo termina, ainda tenho as células do suor derramado no meu corpo, exalando o perfume da mulher que mais me amou, sorriu e cantou em versos com candura, edificando na relação desse tesouro os laços da amizade que ficaram na poeira do tempo em formação. Eu sempre imaginei que pudesse levar a sua alma nas profundezas oceânicas, viajando sem traçar diretrizes no universo desmedido do amor. É isso, sem dúvida muito injustificada como ocorrem tais exceções, constituindo dores no espírito de quem ama e sofre pela ventura de mais querer essa volição incontrolável de não possuir o seu olhar, de não poder falar e apenas sentir na distância dos pontos cardeais a marginalização que recambia no abstrato o que foi essa predileção. É uma verdade, de súbito, tomar ciência desse despejo amorável e tão malgrado que espancou até o tempo e destruiu com sutileza as camisas que fazem o meu único e intocável refúgio. Eu vou sentir em todos os momentos o que fora dito impensadamente e sem qualquer preparo o conteúdo fugaz que abalou sem comiseração quem mais te amou e deteve nas cortinas de cada amanhecer o orvalho rompido na secagem dos raios de sol. Saibas que eu não vou esquecer, e não vou lançar nas circunstâncias dos desacertos, o meu longo e apreciável sentimento nas calçadas do tempo como resposta fácil de querer quem não me quer mais, invocando ou excluindo o charme que sempre apontei no amor. Por isso, estou aqui, escrevendo mais uma vez com muita moderação a legitimidade desse sentimento que queima nossos corpos e faz voar em sonhos sem danos porventura não sofridos. Meu amor! Possivelmente, eu assinei a minha nota de culpa ao permanecer calado e irresoluto quando ouvir a despedida num único tom sob o mesmo ângulo de partida, fazendo refém todos os clamores que nasceram dentro de mim, sem guarida e que jorraram como uma torneira ao léu, denegando as expressões meritórias lançadas no corpo belo e irradiante de uma mulher. Em verdade real, meu amor, há excepcionais que podem perdurar nesse meu empório acústico em dizer que ainda por força abstrata que ainda te amo. Não prevalece a distância, e muito menos o desinteresse em aguardar a demonstração por sua parte de que só o tempo dirá. Admito suas exemplificações sem equívocos da nossa inclinação em chamas. Permita-me, ainda que tardia enviar em letras os fonemas formadores da palavra “te amo”, sei que não é fácil e nem tanto tolerante dizer o quanto gosto de você e que sou capaz de investir numa outra roupagem esse doce amor que se partiu em dois pedaços dentro de mim. Mesmo assim, eu vou procurar uma resposta nas ondas do mar quando estiverem beijando as areias brancas das praias junto aos meus pés, e vou abraçar as brisas que ventilaram os teus cabelos, imaginando a sua presença mesmo distante, eu vou continuar amando. Meu Amor! Finalizo com um único beijo. bye-bye ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 02/07/2008
Alterado em 22/11/2012 Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |