![]() TRES OITAVAS DE UM AMOR
Ainda posso erguer o nosso espaço no laço, Que se perdeu no teu horizonte sem o meu, Arguindo sem sorte o caminho do compasso, É vaso que causa prazo ao ocaso e não sofreu, As dores sem amores que passo sem fracasso, É traço na medida de um azo e sai um museu, Apesar das lembranças é herança do cansaço, Dos pedaços devassos no abraço que foi só teu. Até o amanhecer me faz aquecer no esfregaço, Da recordação virada em emoção, não perdeu, A luz de lutar, atar e cantar inda tardio, eu faço, Loucuras obscuras com branduras no teu apogeu, São as melhores escrituras que poupam no amasso, Infiltrado nos infirmes de tudo o que aconteceu, Despejando no meu desconsolado e triste terraço, Os anseios tardios da noite que outrora não venceu. As amargas e largas desventuras desse percalço, Que dói e brada no baleado que já me esqueceu, Por isso e sem isso, não deixarei ir o meu pedaço, Da mulheraça com raça, me faça ser somente teu, O belo recôncavo que se abre sem qualquer rechaço, Com linhas agudas que um dia o coração lá escreveu, Sobrelevando ao auspício do tálamo já tão escasso, Advindo em letras e versos o que na alma mereceu. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 12/08/2008
Alterado em 12/10/2011 Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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