SERTANEJA “NOS TRINQUES”
Na bela manhã do meu grande sertão, Os bem-te-vis já cantam no capoeirão, Reluzindo por trás das matas a canção, Assim chega mais um dia de oblação. Dona Nega puxa água do poço com distinção, Enchendo o balde com água transparente, Ainda canta uma cantiga ao passar o tempo Garantindo o bem-estar de toda a família. Do poço semiárido cantando uma canção, Ela não repara as cores sortidas das sandálias, Sozinha, garante o seu bem-estar no sertão, Trabalha muito mais que certos homens. Demonstra ser uma combatente com fé, De torço de cor preta enrolado na cabeça, Uma combinação do dia com a saia preta, Blusinha toda azul da cor do céu “nos trinques”, No meio da mata a gangorra pranteia no pau, Transversal faz a cordinha azul um escambau, Se fosse na Bahia de Jorge Amado, era um berimbau, No geme geme, treme treme rincha e esgoela, A corda azul na gangorra trás a pureza d’água. A simples mulher da Princesa do Sertão, Derrama a água no recipiente com atenção, Orgulho da dona Nega com a fonte mineral, Puxando água do poço não há outro igual, Fazendo feliz a mulher sertaneja no sossego. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 12/08/2008
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