DECISÃO IRRECORRÍVEL DO AMOR
Um traço perpendicular, Suaviza o meu rosto e corpo, Estava o meu pensar na candonga, No penhasco lúgubre e indevido. Não tive mais tempo, E nem o tempo se apressou, Não houve oportunidade, Para matar toda a saudade, Daquela linda candonga, Que num certo dia se aflorou, Nas luzes dos meus olhos, Fez de um beijo todo clamor. Pleiteio o meu direito irreversível, Sem te entregar nenhuma caução, Tudo se achava dentro do meu coração, E agora, pretendes fazer liquidação. Não haverá jamais contestação, E tão poucas impugnações, O teu direito já está precluso, Terás que aceitar sem resignação. Vou reivindicar todas as carícias, Proferindo uma longa decisão, Decretando por sentença irrecorrível, Que o meu eterno amor, Será somente teu sem haver contradição. Não haverá recursos procrastinatórios, O meu amor já fez todas as razões, Aventadas na admissibilidade do teu coração. Incabível e desprovido será o exame, Da matéria do amor em discussão, Não será admissível nova ação, A sentença do amor, tu irás cumprir, Calada e sem direito a duplo efeito, Não gerando qualquer apelação. Vou despachar um longo abraço, Neste arrazoado de paixões, Receba este decisório, Fazendo cumprir a lei do amor, E venha morar na minha feição. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 10/05/2006
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