COMPOSITOR - A DURA ARTE DE VIVER
Dia do compositor - 15 de janeiro de 2010 No domingo, às 05 horas da manhã do mês de novembro de dois mil e nove, Josué ainda mantinha as pupilas viradas na direção do teto do quarto relampejado pela fina luz do abajur, e suas imaginações buscavam um refúgio para cada retrato armazenado na mente. Ao seu lado, dormia a única companheira de suas paixões calçada na sublimação do companheirismo e amor. Naquela placidez tão leve como uma pena que voa declinando no espaço, ali estava um coração batendo incansavelmente, e o rosto se encobria pelas laterais com os seus negros cabelos lisos, assim, revestindo a plumagem de mais uma viagem dos sonhos sem endereços. Com a pele macia, e a mão direita lançada no peito do esposo, adormecia a encantadora mulher dos versos melódicos do senhor Josué. E já contando com os seus sessenta e quatro anos de mera idade, ainda mantinha a fulgência de obter respostas satisfatórias dos longínquos caminhos percorridos. Apesar de que a insistência cotidiana simbolizava apenas um degrau em cada alvorecer na escala musical. Mesmo assim, Josué sempre buscou nas letras o encontro perfeito do ritmo desde os onze anos de idade, transmitindo no mais augusto da escrita musical a procura do som e suas maravilhadas combinações. Sem se curvar, desde os meandros de meninice, Josué mantinha uma linhagem pura com muita conotação musical quando estudava o método da escrita musical com apenas um velho violão presenteado por seu tio. Porém, as improvisações demarcavam cada nascente, e dezenas de vizinhos já afirmavam com categoria de que Josué seria no futuro bem próximo um grande compositor popular. E sem demora, com os contragostos dos pais, o menino se embalava nas festinhas e aniversários interpretando suas canções. Foi naquele pequeno município de Jequié, no Estado da Bahia, em que Josué brincando ainda nas margens do Rio das Contas teve uma visão de um brasão incandescente, uns dizem que o espírito de Orfeu ordenava ao meninote a observar o barulho das águas que se estreitavam entre os vales e montanhas ao som da harpa divina. E assim, com várias ilustrações percorridas, Josué conheceu Waly Dias Salomão, jequieense, poeta, compositor e músico, inclusive, laborado ao lado de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. E desta forma, o tempo foi aprimorando este grande gênero e com improvisação elaborava diversas composições com estilos variados, até que um dia, o salto para o futuro estava frente aos olhos do pequeno menino baiano, mesmo com pouca escolaridade devido aos estragos ocasionados na vida social da família, não houve tempo para meditar e imediato rumou para o Rio de Janeiro. Estando na cidade de São Sebastião, onde Orfeu, filho de Apolo, talentoso poeta e músico derramou as mais belas canções. Ali, o menino da cidade de Jequié travou grandes amizades com cantores, compositores e notáveis sambistas. Morando num encurtado quarto na Lapa, Josué realizava centenas de lindas composições e a realização estava à beira de poucos minutos. Podia se contar que Josué se engajava entre os fortes talentos de compositores brasileiros, tais como Vinicius de Morais, Décio Carvalho, Gilberto Gil, Adoniram Barbosa, Martinho da Vila, Cartola, Beth Carvalho, Vanderley Monteiro, Adelaide Chiozzo, Zeca Pagodinho, Dicró, Nelson Sargento, Ademilde Fonseca, Chico Buarque, Noca da Portela, Paulo Dibétio, Oswaldinho da Cuíca e tantos outros renomes da música popular brasileira. Logo, o bom menino de Jequié era conhecido nas listas do mundo musical carioca e boa parte do Brasil, graças ao bom timbre na musicalidade com boas letras incríveis. A procura pelo nobre compositor para laborar uma peça musical ultrapassava os limites da oferta. A seguir, cantores e demais intérpretes faziam sucesso por todo o Brasil e até no exterior levando às plateias as letras sonhadas do pequeno compositor de Jequié. Contudo, um dia, o sucesso pessoal bateu às suas portas, e Josué adentrou no ritmo sereno daqueles que lapidam as calçadas do renome no oceano artístico e cultural. Na verdade, foram cinquenta e três anos de labuta onde a contemporaneidade jazia pelas janelas do sucesso. Ocorre, que nem mesmo os novos compositores e variados episódios ocasionaram tanto prestígio. E passados uns meses após o falecimento de sua esposa, encontrou-se Josué com um amigo compositor de chorinho dos velhos tempos na Rua da Quitanda, no centro comercial carioca. Momento em que Zezé indaga: -Oh! Josué há quanto tempo não lhe vejo? Com um olhar tristonho, Josué complementa: -Meu amigo velho, é verdade. -Fiquei sabendo dos últimos acontecimentos com sua mulher. Mas, a vida tem dessas coisas que não podemos evitar apenas sentir. -É verdade Zezé. E você como vai? -Vou lutando como sempre. Meus filhos estão formados e me ajudam pra caramba. Se não fossem eles, puxa vida! Nem sei o que seria de mim. Então? Vamos até a Cinelândia, lá, podemos degustar um chope gelado no Amarelim e olhar as belas gatas. Indagou Zezé com a mão no ombro do amigo: -Sei que você tem letrado muitas canções bonitas? Confirmou Josué sorrindo: -Sim, eu nunca parei de contar minhas histórias em notas musicais. Eu não sei fazer outra coisa em minha vida se não for música. Mais o mercado faz a diferença. Como é evidente, eu nunca estive numa lista de melhores compositores, e por isso, não ligo para negócios de prêmios maculados pelos olhares e mídia da televisão. E todo mundo canta as minhas músicas nos programas de televisão, no entanto, ninguém pergunta quem foi o compositor. Já vi várias vezes o Raul Gil falar e defender o nosso trabalho. -Bem que você merece um reconhecimento nacional. Se eu tivesse outra atividade jamais me arriscaria a pernoitar nas portas de artistas, rádios, empresários e gravadoras. Tudo tem um preço. No seu caso é diferente, todo mundo sabe que você abafa o meio musical. -Na verdade amigo. Eu não tenho a quem reivindicar os meus direitos, vivo de uma merreca do Ecad e de algumas composições que vendo. Sem falar que faço composições sertanejas, pop, romântica e popular. Assim mesmo não dá. Mas a cultura brasileira é esta: chupar cana e assobiar sem dente. De que vale as pessoas falarem nas ruas: Oh! Grande compositor, se ninguém faz nada pela gente. -Pra ser sincero, ontem eu fui ao Ecad, e recebi apenas dez reais do ano passado. É uma pouca vergonha o que fazem com o compositor brasileiro. Você sabe que o nosso amigo compositor lá de Madureira vai denunciar as irregularidades que fazem com ele? -E o que está acontecendo? -Amigo, ele me disse que a maioria dos fiscais daquele suposto órgão que eu não quero falar o nome, tal cobrador de direitos autorais, são subornados pelas grandes casas noturnas e demais órgãos, isso já vem ocorrendo há anos. Espero que as investigações no Congresso possa dá um bom resultado. E por aí vai. Por isso, os meus filhos sempre me falam pra largar de mão esse negócio de fazer letra de música. Mais é verdade, só quem ganha é o cantor e quem vende, além dos empresários, gravadoras e atravessadores. Letrista que suou e fez a melodia pra encantar o povão. Esse não ganha nada, muito menos, eles dizem nas rádios quem fez a letra. Sabe, tem cantor que já fez shows com minhas letras que numa noite só comprou um apartamento. -É... Se eu fosse viver de aposentadoria, eu tava ferrado. Primeiro que compositor não tem reconhecimento na lei da previdência e nem poeta. Tem o escritor o ofício taxado na lei por profissão e que paga como contribuinte individual da previdência. Mais compositor ou poeta tá fora meu irmão. -Mas Zezé, a Lei nº 9.876 de 1999, não diz que trabalhador autônomo é aquele que exerce uma atividade por conta própria ou que faz serviço a alguma empresa? -Sim, mais compositor e poeta não. Tem pra motoboy, sapateiro, dentista, advogado e manicure e outros. Compositor tá fora não se enquadra, o que é uma grande injustiça contra quem faz cultura. -Puts grilo! E agora Zezé. Estou frito! Rapaz com tantas músicas rolando por aí ao longo dos anos, eu só sei que os meus direitos autorais num ano nem dá para pagar um sanduíche na Lapa. Ouvindo as impaciências do amigo, Josué afirma: -Se eu pudesse, eu reuniria mais de cem amigos compositores e fecharia aquele Congresso Nacional. Olha, eles fazem lei de todo jeito até projeto pra asfaltar a lua, mas, um benefício a favor dos compositores não fazem e nem aprovam uma lei. É muito dramática a nossa vida depois de trabalhar longos anos e sentir a vergonha e aflição. Onde é que está a cultura brasileira? Onde é que estão os compositores brasileiros da nossa música popular? -Não sei. Amigo, eu, antigamente ficava calado em casa, e a mulher de manhã cedo com os olhos tristes por não tem um tostão no bolso. É uma merda essa vida que a gente leva cara. Mais o povão brasileiro não sabe disso. Ouvem e cantam as músicas de sucessos sem nada saberem de nossas vidas, nem mesmo o meio jornalístico que tudo futrica, não dá bolas e nem ibope neste caso. -Me conta Josué, você parou de escrever poesias? -Parei. O mercado é muito oneroso, só dá para os livreiros e editoras. -Então os seus projetos não foram à frente? -Não. Primeiro: Eu não sou vendedor de livros. As editoras as quais enviei cópias, todas elas leram e releram e pediram vultosas quantias. E outras, eu teria que contratar certa tiragem da impressão e pagar à vista. Após isso, receber mil e quinhentos exemplares e sair por aí vendendo a um e a outro tais livros como se eu fosse vendedor. E dessa forma eu teria que cantar bem alto: Olha aí meu livro de poesias. Compre, é só dez reais. Não dá amigo, eu só sei mesmo é fazer música e pronto. Na literatura tem que ter um padrinho forte na divulgação e empurrar os teus livros nas prefeituras, MEC, feiras de livros e vendas nas melhores livrarias do país. E ter um bom jornal de divulgação com o teu nome na mídia. E tudo isso custa caro. Não tem como tirar da mesa da cozinha, e encher os bolsos de meia dúzia de livreiros e editores que empurram de volta ao autor os seus livros. Afinal de contas, nem chego perto de Paulo Coelho, acaso, se este telefonasse a uma editora indicando o meu nome, não faltaria quem quisesse publicar de graça. Na verdade é a mídia que faz o nome e não o que se escreve. -Disso eu não sabia, eu fico calado. -Verdade! E como compositor o que vou ganhar a partir de agora se o governo não me reconhece na terceira idade e não dispõe de uma categoria profissional. Não quero ser chato. Mais até o motoboy tem regularizada a sua profissão como contribuinte. Não é mesmo? E nós que fazemos a cultura? O que vai sobrar pra mim e para os outros? Hoje, na idade em que estou infelizmente tudo se transforma num jogo de grandes interesses. Eu sei que esta arte de escrever composições mexe com o mais belo dos sentimentos humanos. Mais também não enche barriga e não dá o pão para tomar café de manhã quando o menino tá chorando. Afinal de contas eu sou um compositor profissional ilegal por não ter apoio em qualquer lei. Sem amparo, vejo que todos estão inseguros. -Você tem razão em tudo o que falas. Realmente, a técnica que empregamos para uma bela canção, é o resultado da métrica e melodia, mais o público não sabe quem faz essas notas musicais. -Tudo isso leva a crer a grande invasão que o mercado sofre com as músicas evangélicas. Não estou me referindo aos evangélicos e sim o mercado fonográfico que dispara e tudo está livre. Sei que todas as composições sofrem uma passagem e outras permanecem eternamente. Se eu sou bom letrista, eu deveria ter um bom mercado e passar bem, não é mesmo? Então ficamos assim, depois eu te telefono. -Tudo bem e um forte abraço. O tempo passa, Em seguida, o dinheiro, a fama e a honradez eram os pratos deliciosos do bom rapaz de Jequié, oportunidade em que conheceu a esposa e com esta celebrou mais uma composição com o brilho da lua cintilando no fim dos horizontes embriagados. Um dia, em seu apartamento em Copacabana, a eterna companheira de Josué das horas tristes e alegres, fora entregue a Orfeu sem piedade, e Josué traçou melancolicamente o coração em profunda amargura e desamparo das noites. Tal incidente passou a atrofiar o gosto e a sensação de não estar ao lado da esposa, observando as fotos e se lembrando dos últimos acontecimentos. Josué, com os cabelos grisalhos, ainda pensou naquela última noite em que não dormiu e que sentia pela última vez, a mão estendida do estandarte em seu peito. Era a mulher de toda a sua vida e alma que somava nos espinhos, a mais triste história de ser um compositor. A ocasião era o mais forte veneno que escorria no olhar do príncipe das canções, e a idade avançada não suportava mais os travesseiros das conquistas musicais. Sem demora, o inimigo número um do compositor, se posicionava à porta do apartamento como se fosse um verdadeiro ladrão de arma em punho. Não poderia ser outra coisa: As dívidas. Os anos se passaram naquele tablado solitário de um grande guerreiro, apostando sempre nas belas composições, e a procura inconstante pelos amigos intérpretes que eram vencidos por outros estilos musicais. Ainda suado da guerra diária e labutando contra a solidão, Josué esticava as pernas até o escritório da Ecad a procura dos seus direitos autorais, tendo em vista ter gravado mais de quatrocentas composições pelos melhores cantores brasileiros. E tão irrisório era o percentual levantado por aquele escritório localizado no centro financeiro do Rio de Janeiro que não dava para pagar as taxas do condomínio. A luta de Josué continua, e novas canções impregnavam nas mesmas curvas do destino que procurava respostas, observando o teto sem encontrar um vértice com luz. Embora, a sua fraqueza caminhava se desdobrando pelas esquinas, salões de festas e bares, muitas empresas não recebiam com braços abertos o compositor, alegando que o mesmo não era autor das peças musicais que estavam sendo executadas. Sem justeza, Josué procurava de todos os modos provar a sua autoria de centenas de músicas cantadas por diversos cantores. E assim, indagava nas casas de shows das noites cariocas: -Por favor, Garçom! Uma coca-cola. Pois é... A casa está cheia, isso é bom demais. Eu quero falar com o gerente da casa. O garçom atendendo gentilmente diz: -Um só momento. Em instantes, o gerente se apresenta ao senhor Josué e pergunta: -Pois não! O que posso lhe servir. -Sim, eu sou o Josué. Você já ouviu falar? -Não. Nunca ouvir falar. -É uma pena você não me conhecer. Já estive diversas vezes na televisão em épocas passadas. Eu sou o compositor dessas músicas que estão tocando. -Fique à vontade que a casa é sua. -Sim, eu sei. Mas estou aqui pra saber se vocês recolheram os direitos autorais? Afinal de contas eu tenho centenas de músicas gravadas e sendo tocadas em todo o Brasil, porém, recebo uma miséria. E a fiscalização do Ecad é fraca ou displicente. -O senhor tem toda razão. Mais eu não posso fazer nada pelo senhor. Quem deve lhe pagar é o Ecad. Afinal de contas, não somos do Ecad. E não temos nada com seus direitos autorais, e sim com o músico que está cantando. Por favor! Eu não quero ser grosseiro com com você. Desculpa-me! Sem qualquer guarida, dali, Josué partiu triste. E no dia seguinte foi novamente ao escritório do Ecad, solicitar dos fiscais para empreender com mais severidade os locais onde havia divulgação de suas músicas. E pleiteando junto ao órgão que expedisse ordens para os estabelecimentos comerciais fazer o devido recolhimento dos direitos autorais dos compositores, inclusive, mencionando o nome do compositor de qualquer letra. Evidentemente, com os passos marcados nos empecilhos, Josué exprime mais uma vez o lenço de ansiedade, ouvindo pelas casas noturnas o sucesso de suas músicas e a invisibilidade do seu nome de compositor. E não demorou muito, e certo dia, ele adoeceu, e perde o apartamento em Copacabana numa Ação de Cobrança do condomínio, indo morar num barraco de madeira a convite de amigos no subúrbio do município de Duque de Caxias, no bairro Gramacho, próximo do maior aterro sanitário da América Latina. Sabe-se que não demora muito, e com as lições da vida, Josué sente saudade da terra baiana, e solicita aos amigos e vizinhos das palafitas o desejo de voltar para a cidade natal de Jequié, em cujo trajeto as sombras do destino não escrevem nos livros, apenas iluminam nas chamas dos desesperos os infortúnios. Logo, chegando à capital baiana, Josué é assaltado e perde todos os documentos e bagagens. Passando por esta adversidade, e sem qualquer estrutura financeira, vai para o centro da capital. Sofrendo e se lastimando de várias dores pelo corpo, o maior compositor de todas as épocas que o Brasil já conheceu vivo, é apenas um retalho de homem sem vestes coloridas. No entanto, os gatunos não levaram a sua história e nem o seu grande legado de poesias melódicas que permanecerão obscuras perante a plateia brasileira que canta, rebola, dança e assobia as mais belas canções de um pobre homem que foi um Mozart brasileiro. Janeiro de 2010 - Salvador - Bahia Com as barbas crescidas e com aparências indesejáveis, ele lança a sua mão de poeta e compositor, pedindo um pão pra comer e dorme nas calçadas cantando nas noites frias, as mais belas canções de sua vida. Sem identidade, Josué aos 65 anos de idade não consegue uma aposentadoria até mesmo por velhice. Certa noite, Josué andando pela Rua Amaralina, nas proximidades do Tche Night Club, ouviu a sua música soar pelos ares, e rumou ao seu encontro, e, talvez, seria mais uma vez Orfeu abrindo o seu reinado ao bom compositor Josué, que apressando os passos e cambaleando, aproxima-se de um casal de namorados com o coração pulsando forte. Momento em que Josué indaga segurando uma sacola velha: -Hei! Vocês sabem de quem é aquela música? -Do Caetano Veloso. -Vocês se enganaram, A letra é minha e quem canta é ele. Se vocês não sabem, eu sou o compositor daquela melodia. Eu fiz a pedido dele há mais de vinte anos, e ainda é sucesso. -Compositor? Cê tá louco véi. Deixa de falar besteira vai procurar um lixo pra dormir. Indignado com o que ouviu, Josué retruca: -Vocês não sabem de nada. Veja esta foto dele comigo no Rio de Janeiro, lá Canecão em 1986, era noite de lançamento da minha música, casa cheia. Virando o rapaz, diz: -Tá vendo Mariza, tem cada louco em Salvador, por isso, nosso Senhor do Bonfim sempre teve razão. Inquiriu Josué: -Vocês não acreditem? Vocês sabem ao menos que dia é hoje? -Lógico que ninguém é burro, otário. -Me deixa falar. Hoje é o meu dia. Pena é que eu não posso comemorar. Se vocês não sabem, hoje é o dia 15 de janeiro, o dia do compositor. Mesmo assim, sou esquecido como compositor igual ao estado em que me encontro. Em seguida, o casal se afasta. E Josué ficou relembrando os grandes passos mágicos que a música e Orfeu elevaram ao apogeu dos sucessos. Porém, a ingratidão e os desequilíbrios da vida, realizam atrocidades imagináveis à conduta humana. Sozinho, resmungava Josué. -Ninguém dá mesmo valor ao compositor, mais o dia quinze de janeiro, eu jamais vou esquecer. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 16/02/2010
Alterado em 25/09/2011 Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |