![]() MINHA FADA MENINA
Eu vou navegar nesta longa estrada, Escura e com faixa toda amarela, Com a ventania ateando na beirada, Do meigo semblante vou buscar ela, Rasgand`entr`as palhas será uma toada, Ligeira batida do amor nessa viela, É dela e por ela, eu farei uma guiada, A mais acertada da flor tão bela, É a fada menina toda encantada, Afiada me agrada a linda donzela. Eu já estou no asfalto e faço balada, Não posso parar de refletir nela, Manobras e dobras requerem freadas, Embora a visão seja a única tela, Justada. Será qu`ela está gamada? E se for amada `erá uma costela? Do prazer eterno numa glosada, Bordada em palmeiras é um`aquarela, Aí de mim! S`eu `erder tod`essa bocada, É triste a jogada e brota sequela. Li e vi a fuga da brisa bronzeada Estampando o céu na grande janela, Matiz do café fugindo a negrada, Ameaça que passa numa cancela, Pista paralela - quieta e marcada, Não posso parar de refletir nela, Manobras e dobras requerem freadas, Embora a visão seja a única tela, Eu não paro, sigo na tua virada, Perdido e vestido só penso nela. Não é piada tal zoada tão pouc`armada, O cocal balança feito a capela, Da ermida de talo solta berrada, O Manguita da Silva Panela, Diz-me que vou com sorte danada, Aceno ligeiro pra não perdê-la, A graça d`estrela é bem adornada, É pura verdade e não é uma novela, Daquelas que o tempo só faz prateada, Não posso parar de refletir nela. Eu já estou no asfalto e faço balada, E naquela via negra nada mela, Só, só um sentinela na via cerrada, É o Manguita da Silva Panela, Que grita, irrita, agita a chamada, Parecendo verme sem a canela, Paro. Ouço na arenga toda ansiada, Batendo na lata ganha parcela, Uma moeda e sigo na virada, Curso sem parar e parto atrás dela. Por que o amor é sem fronteira calçada? Novelo temido d`alma é mazela, Sofrer sem ter dor será jugulada, Na gema que se arreda na tabela, É jogo de amar? Aposta bolada? Dizê-las? Não... Bom é ter a fivela, Acesa e brunida sai lampejada, Segurando firme a afeição só dela, Aí... A sublimação vem e vai montada, Coroada no apego sem bagatela, Nascendo o gostar da menina fada, Ei-la no varal esquerdo e singela, Eu vou lutar pra ganhar bem pensada Haja sol na porta, nada atropela, Manobras e dobras requerem freadas, Embora a visão seja a única tela, Eu não paro, sigo na virada, Perdido e vestido só penso nela. Airosa e formosa fica sarada, Norteando a razão, vê-se que ela zela. A massa corporal toda bronzeada. Eu saio a percorrer nesta longa estrada, Tange o ócio, não é sócio - migalha apela, Dando sopro virgem do ar na `inha entrada, É um clichê que não faz sofrer na goela, Dispara nos meus olhos um de cada, Frio, ardente luz, pulsa e não me dá trela, Aí de mim! S`eu `erder tod`essa bocada, Agora, na minha alçada: é balela, Só... Na direção é tudo - só falada: O que sai na ideia é apenas olhadela. Por que o amor é sem fronteira calçada? Espinho mais doce, limão-mel – sela: Às vezes precoce é pouca culpada, Faz cerca de tempos... Sai uma novela, Acerca do grande amor é charada? É a espada que fere, cura e tutela? Hum... É delicada flor bem - amada, Guardando no cerne da Trizidela, Onde piso é dela - Ó bela cilada! É pura verdade e não é uma novela. Precavi subjugando essa caçada, E tampouco estive na caravela, Sim. Ainda tão pouco notei frustada, A cutia na pista `egra era a cadela, Que cruzou raspando e levou porrada, Berrou lá atrás Mang da Silva Panela. Coitado! Isso é a vida – id`abandonada, E na rodovia se faz de trivela, E gela a tigela no meio curvada, Pulsa o sangue azul da soberba estrela. A rosada amiga não angustiada, Estampando o céu na grande janela, Matiz do café fugindo a negrada, Embora a visão seja a única tela, Do prazer eterno numa glosada, Bordada em palmeiras é um`aquarela, Aí de mim! S`eu `erder tod`essa bocada, É um clichê que não faz sofrer na goela, A graça d`estrela é bem adornada, Alavanca os meus olhos não rebela. O clima se`ngole em ocasião pregada, Latejand`as pupilas na taramela, Assaz n`alma ter a visão narrada, Alara somente uma cinderela, No afoito prazer vou dizer – nada. Levando-me não será cabidela, Mudo, surdo, tampa o anseio da rogada, Completa na reta abjugar – chancela. Ser a minha nata na `inha chegada. Advindo na íris, tudo procela. Até o coqueiral dança. É forte e brada, A favor da deusa surge a portela, Com as palhas verdes, és mui indultada, Beijada e tocada faz a rodela, No fim do anel preto, acolá formada, Não posso parar de refletir nela, Manobras e dobras requerem freadas, Embora a visão seja a única tela, Verde - mar – Fic`aqui na lançada, A esperar o qu`emana da lapela. Eu vou navegar nesta longa estrada, Escura e com faixa toda amarela, Sem ter vela, viela ou ruela cortada, Margem... Sina perto da `inha chinela, Apertada no imo bate em jornada, Corro e piso fundo pra ver Gabriela, Ela nunca disse o nome. Que errada! Bom título é o corpo e jamais despela, E beij`ela no ar - a menina apoiada, Pode ser a Estela ou a pulcra Marcela, Mulher estampada é brisa enciumada, Florbela? Não. Nunca foi a Clarisbela, Que amei na saia dela na noite `assada, S`existir a moça. A tal Maristela, Que apareça o mel na minha latada, Esticando o fado, ouvirei a miadela, No afoito prazer vou dizer – nada. Levando-me não será cabidela, E d`amor insano sairá a noitada, A moranga bela gemerá `a biela. Eu vou navegar nesta longa estrada, Escura e com faixa toda amarela, Sem ter vela, viela ou ruela cortada, A mais acertada flor d`aquarela, É a fada menina toda encantada, Afiada me agrada a linda donzela, Não farei quão o Dias naquela brigada, Que partiu sem Ana Amélia, a bela. Rasgada na dor por ser recusada, Enfeitiçou na era `em expor gamela. Jamais vou arredar da minha donzela, Buscar-te-ei em qualquer casa manobrada, Embora a visão seja a única tela, Aí de mim! S`eu `erder tod`essa bocada, Perdido e vestido só penso nela, Eu não paro, sigo na tua virada, Não posso parar de pensar naquela, Tão grata mulher por mim afirmada, Amo-te no corte da cinderela, E vou lutar pra ganhar o amor dela. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 28/08/2011
Alterado em 22/09/2011 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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