Fulgia no fundo do olhar
A janela entreaberta fulgia no fundo do olhar, E bramava a voz afetuosa da menina mulher, Aos sopros da ruptura levemente enfastiada, Debruçando os cílios nas belas cascatas largas, O dia mansamente abreviava as suas varandas, No lampião dourado e verde, bem ali estampava, Admirando a abertura da era num piscar airoso, Gentilmente observava a brisa quebrar o tempo, Uivando entre as palmeiras do coração solitário, Descrevia na doce visão o grande amor a chegar, Entre os dois holofotes da face meiga dançante, Da janela entreaberta fulgia no fundo do olhar, O grito da venerada e amada cursava o sossego, Amando a luz que me conduzia aos dois espelhos, Achava que o meu coração havia tanta aspereza, E flui em cada momento a vontade de te amar. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 05/02/2012
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