MEUS OLHOS EM 1830
A língua portuguesa empregada em Caxias-MA no ano de 1830 Na minha coragem um pouco vacillante Sahem do meu coração essa emoção Dezejoso nas pontas do horisonte Quasi triste saindo desta provinchia Em meio ao solo natal deflagrado Nas luzes da sciencia da vida Brilham nos olhos E reflecte nas minhas oppostas Cahindo sem nada offerecer E volto ao meu tempo Aos pés desta provincia singela Do meu único sertão do Maranhão. Lá no morro do Sanharó Vi, o martyrio do menino Guanaré Por traz da choupana de palha N`outra atmosphera terrível Aos gritos, eu vi: O palhoçal em fogo e braza O miudo indigena gemendo Perto da villa de Caxias Nas margens do Rio Itapecuru Era um fructo vergonhoso portuguez Com a violencia das armas Exterminar com aquelles gentios O choro lagrimado das Aldeias-Altas Luctava no leito das traições Meninas de dez anos estupradas Aprovada sob forte protecção real Menção da guarda regimental enlouquecida Madrugada sem o brilho da lua Indios fugindo pelas matas das palmeiras. Os Jesuitas calados, calados Nada, nada diziam Apenas assistiam as cenas Das peças de bronze mortiferas Lançadas noite a dentro lucta pelas terras dos Guanarés Espalhavam o gado vacum Planta de canna de assucar Vindo Da Bahia e Piauhi Canoas sangunárias desciam E subiam o canal da boca do Rio A um quarto de legoa Alguns indios Guanarés Ficavam abstrusos no Alto da Cruz Fugindo sempre fugindo da agonia das armas Pelas margens das matas virgens Ahi se escondiam os índios Guanarés Epochas de guerras e tantas luctas El-rei ordenava a nova abertura Que doia aos olhos dos Jesuitas Eu vi: A india Jactira de oito anos Com as mãos amarradas com cordas de cipó Desvalida e sem proteção: ella chorava Com os seus cabellos soltos aos ventos Despida de nascença Pupilas acesas e verdes Escravas noviças dos destinos Ella e outras passavam disctante da Parochia da matriz Sem conhecer o seu único Deos Por alli passava as pequenas almas Ao amanhecer da luz do dia na freguezia Venceram os portuguezes Com a fortunas de suas aarmas E as prostituições desencadeadas na provinchia A serviço dos senhores particulares, Momentos melancólicos dos Guanarés Sem aldeias e choupanas de palhas de babaçu Uns lançavam-se no tenebroso Rio Centenas fugiam e outos morriam As balsas arrancavam cascalhos das pedras Nas altas caxoeiras em finos caminhos De correntezas bruscas e malditas Entre novellos aprofundados e frios Fugiam d`aquella catastrophe humana Sem navegação, por alli passavam Os pequenos indios Guanarés Da ermida do Alto da Matriz Não mais se avistava Achavam que elles não eram christão Muitos presos iam para a localidade De Burity do Padre a legoa e meia de Caxias De todo o cerco, a vida não tinha valia Se descessem o rio Encontrvam os vallentes índios Urubús Além dos Timbiras nas margens do Itapecuru. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 11/08/2012
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