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Paixão ardente e fria
Era um amor quase eterno, Tão antigo que veio seduzir, E depois desvirginá-la, A moça menor de tão pouca idade. O fator moral ou subjetivo revelado, Com costumes sadios e hábitos recatados, Tinha ela temperamento inocente, Boa moça com riso nos lábios, Balançava os cabelos quando andava. O tempo ia passando, Podia se ver que ela tinha compreensão, Fácil, e talvez muito inteligente, Em companhia do famigerado Wilson, Montava na garupa da vespa, Realizando passeios noturnos, Com promessas e esperanças, Mesmo havendo diferença social, O sexo era o congresso das investidas, Na influência dos corpos, os desejos. Foi naquela madrugada do dia vinte, No oitavo mês que o Wilson partiu, Eliminando a vida de Ângela Belinha, Menina requintada e de bons gostos, saiu. Naquela quarta-feira dos anos setenta, Impaciente, atrevia os olhares na esquina, Com as pupilas remexendo de um lado, E fechando no canto o outro Agonizando com oito tiros de revólver trinta e oito. Encontrava-se naquele matagal, Suas peças íntimas no chão, O corpo totalmente crivado de balas, Ali, terminava mais uma vida, Que se perdera entre as esperanças. Tão inocente e delicada, Que o tempo não desvendou, Deixando sem a paz familiar, O jovem homicida pelas ruas da cidade, Livre e amigo daquelas autoridades. Escrito em 03/11/1973 ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 19/04/2013
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