A lenha – Madeira de Lei
A carga possui um negociante invisível, Certo e com pronto pagamento da mercadoria, Trafega pelas ruas das cidades do meu Brasil, Carregamento pesado com milhares de toras, Fora das sanções legais a indústria não para, E nem a pequena empresa calada dos olhos do governo, Nadando na impunidade as grandes empresas, Respirando vinte e quatro horas a fumaça verde, Não descansam e alegam sempre falta de lucros, E que a cobrança exorbitante dos impostos, Naufraga os objetivos sociais a que destinam, Camuflam no dia a dia as obrigações, Desconhece até as leis do trabalho, Mas, não esquecem a margem da larga receita, Que não aparece nas notas fiscais e nos balanços. E o negócio caminha com uma boa invernada, Não há reflorestamento naquelas áreas, E nem plantam uma árvore, só derrubam, Outros compram, negociam ou dão ordens, E abusam no corte ilegal das florestas tropicais. A mata nativa leva anos e anos para voltar a crescer, Tais espécies diversas de árvores são arrasadas, A cada segundo, ainda com o sol para nascer, Sem ordem das autoridades da proteção ambiental, Com o intuito de ganhar benesses com toras de madeiras, Fruto abrasador e não legalizado, Por apenas um minguado de dinheiro, O proprietário vende ou arrenda as terras, E o corte de lenha vai começar. O motosserra no zum-zum-zum no meio do mato, Os pássaros voam e revoam assustados, Balança e treme o ninho dos passarinhos no apogeu. O ajudante e o motoqueiro sorriem, Com o barulho da árvore centenária, Que desaba ao chão com violência, O jatobá, a faveira, jacarandá, pau-d´arco, capitão do campo, Violeta, amargoso, aroeira e tantas outras. É o mundo natural sofrendo e perpetrando súplicas, Afinal, perdemos a guerra contra os influentes, Os destruidores da própria natureza, De uma área de preservação permanente, A suposta alegação de devastação das matas, Não é para a lavoura muito menos para plantio de cana, É apenas uma grande destruição silenciosa, Motosserra, ateamento de fogo deixam rastros, O satélite no céu do Brasil vasculha tudo, E de tudo sabe com o olho aberto, Sem reflorestamento a ruína é permanente, E a capitulada infração é esquecida, Passa por dentro de cada cidade nos velhos caminhões. A autoria é sempre inconteste, condutas ilícitas, Na materialização dos crimes de extermínio de florestas, A lenha vegetal ou o carvão vegetal não há defesa, Desmatam as beiras dos rios e riachos, E caso seja descoberto o consumidor final da lenha, O transportador da lenha sempre responde pela culpa, Assim, caso seja condenado na instrução criminal, A pena de detenção não passará de um ano, E um pequeno pagamento de dez dias-multa, Talvez, cada uma no valor do mínimo legal, Após, substituídas as sanções corporais, Em restritivas de puros direitos, Consistentes em prestação de serviços à comunidade, E recolhimento domiciliar nos termos da Lei, Por ser pessoa humilde e com pouca instrução. O comprador de lenha, grande empresário, Ou até mesmo o atravessador não para, E a ganância das indústrias não cessam as atividades, O Brasil necessita aumentar o PIB, O desdobramento dos fora da lei é contundente, A procura de mais lenha para não pagar o preço justo e caro, Nas regiões do Brasil e nordeste brasileiro, assoladas pela seca, A coleta, transporte e destinação, Os órgãos do governo sabem qual a sua definição, Quem vende, corta e transporta a lenha, São sempre uns coitados e desaparece o grande, É a natureza quem sofre com certeza, É a lenha do nordeste se acabando com o corte nas florestas, Enriquecendo os patrões com o suor do mais fraco, E acabando os matagais com as toras passando pelas cidades. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=INxBVnoGmkE Crédito: Imagens do google ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 26/04/2013
Alterado em 26/04/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |