Juliana – um afeto com glamour
Naquela noite, naquele dia A nossa inclinação apareceu E se perdeu entre os nossos olhares Juntou risos e nadou entre abraços Às dezenove horas no Passeio Público Antes da entrada na faculdade Meus olhos se curvaram na efígie E, me disseram que a tua voz Andava seduzindo na piscadela Todas as noites na entrada e saída. Juliana, não há mais razões de esconder O calor e o choque das nossas atrações Vamos jantar no Café Nice Mergulhar nas paixões Ouvir as belas canções Quem sabe, mais tarde Voaremos para a Lagoa Um lugar mais que mágico Onde a noite se mistura Na fantasia de nossas alegrias Por isso, eu amo a noite carioca. Juliana, a sexta-feira é nossa Agradeço a tua presença aqui Nossos horários se ligaram Suprimimos a última aula De direito constitucional Eu quero dançar bastante Sorrir e fazer versos soltos Quero falar carinhosamente em teu ouvido Apenas quatro letras Chamando de meu “a+ m+ o+ r”. Juliana, eu não sei Mas, a vida passa célere E quando ouço a saudade Ela me invade como uma onda Rolando numa efeméride constante Às vezes, lagrimo nas letras E as letras debruçam no peito Em ladainhas vão cosendo Nos dias com as alegrias E tudo para quando noto a vida Nos traços das minhas lembranças. Que tu escrevas a minha voz na escrita Banhada neste flexível papel branco Por favor, pegue mais guardanapos Enquanto dilato júbilos em teu olhar E escorrego as mãos no pensamento Decente na freguesia desses chopes Indivisíveis da nossa amizade Na longitude da minha terra dos cocais Que um dia me espera na rua da saudade. Juliana, minha historinha adorada Que tu escrevas estas linhas Articuladas no som da minha língua Diferente dos moldes da gente carioca Onde V - O - C - Ê define como tratamento Ou um pronome indefinido – alguém Você substitui a minha segunda pessoa Levando o verbo para a terceira pessoa E T – U, onde ficas? E digo você Tomando o lugar da segunda flexão Entretanto, e tanto, eu admiro como falas. Juliana! Ju do meu acolchoado coração Vinte minutos minutando estas letras Um dia será o linho mais apreciável De todos os vestidos das lembranças Em guardanapos da Discoteca Papagaio Para a arca pesada de meus poemas É mais uma janela que sai com alento Só falta v - o - c - ê na minha estrofe Vamos parar nesta última estância. Juliana! Dançamos nesse ritmo frenético Com as luzes transformadas em cores Agradeço-te esse aprimorado hit Que tu pediste ao Dj para tocar E vamos beber, dançar e amar Logo, compreendi o título desta música Eu só quero mergulhar dentro do teu amor Beijando-te na cadência romântica Colando o meu semblante E acariciando os teus cabelos amarelos No sorriso da mais bela mulher carioca Juliana, é o teu nome nestes meigos versos. Rio, 20/08/1982 Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=z9OEXBRBHGM&hd=1 ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 31/01/2014
Alterado em 31/01/2014 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |