NATAL – UMA NOVA ESPERANÇA
Um homem com idade aproximada de trinta e cinco anos, ia passando em frente de uma casa na noite de natal, onde o contentamento se perpetuava entre troca de presentes. O rosto desencorajado com suor e rugas, olhava com mansidão a festa de natal naquela residência. A melodia natalina se completava com o presépio do menino Jesus. O homem sentado do outro lado da rua tudo observava, e se encantava com os júbilos das crianças e adultos. O menino de nome Paulo olha atentamente o homem maltrapilho sentado no meio-fio, instantes em que atravessa a rua ao encontro, abraçando-lhe e fala sorridente. -Moço! Feliz Natal! -Feliz Natal pra você e sua família. Disse o senhor com um ar triste. O menino insatisfeito com o seu olhar, interroga: -O que o senhor faz a essa hora na rua? -Eu não tenho família e nem casa. A minha alegria se resguarda em olhar todos vocês felizes. -Moço! O senhor vive de que? O que faz na vida? -Eu vivo de um pedaço de alegria que você está me dando. - Mas eu não lhe dei nada. Apenas falei com o senhor. -Filho! Ás vezes uma palavra abençoada vale mais que certas coisas materiais na vida. O menino se retirou entristecido com as palavras e conversou reservadamente com o seu pai. -Pai, tem um senhor ali fora que não tem família e nem casa pra morar. Vamos fazer o natal dele? -Cuidado Paulo! Mas vejo através de suas palavras que ele tem um coração bom. Chame-os para comemorar o Natal de Cristo! O garoto saiu correndo e convidou o estranho. -Venha moço! Papai mandou que viesse festejar o Natal conosco. - Eu não posso! -Você pode sim! -Eu não pertenço a esse meio, e por causa do meu estado me desprezam. - Por favor, moço! Venha! Estamos lhe aguardando. Não tenha medo! O mendigo aceitou o convite, e Paulo entrou pela área de serviço, levando até o banheiro, após um relaxado banho, fez a barba e recebeu as roupas novas, logo, é apresentado a todos. Ao adentrar no recito festivo, todos aplaudiram e lhe deram boas vindas, desejando-lhes a paz no coração com a chegada do menino Jesus. Instante em que Roberto, pai do guri pergunta: -O senhor é de onde? -Sou do Estado de Sergipe, vim pro Rio de Janeiro a procura de emprego. -E você não conseguiu emprego? -Não. Fui assaltado na minha chegada na Rodoviária Novo Rio e levaram tudo, aí eu não tive outro meio a não ser pedir esmola pelas ruas do Rio. -Pôxa! Que situação! Fale-me mais de você? -Estive preso e fui condenado a cinco anos de prisão, acusado de roubo. Sendo que fui inocentado e provei na 2a. Instância criminal. Só que os meus documentos foram utilizados pelos bandidos num assalto no Cais do Porto, e na fuga deixaram a minha identidade, e a Polícia achou por bem que eu estava envolvido. -Diga-me. Você fazia o que em Sergipe? -Eu cursei a Faculdade de letras, falo três idiomas, sou tradutor oficial e tenho ainda mestrado. -Eu não acredito! -É verdade. Por causa de minha situação, estou procurando voltar pra minha terra. Só que não consigo ajuda, e tenho passado por sérias privações imagináveis após sair da prisão. Eu tenho minha personalidade íntegra, apesar, que a vida me destinou a este sofrimento em terra alheia, e meus familiares se mudaram pra outra cidade, na qual perdi os seus contatos. -O que você me diz, parece que você nasceu de novo. Viva o Natal! A partir de hoje, vou lhe ajudar no que for preciso. Sou proprietário de uma rede de hotéis, e você poderá usufruir um apartamento sem quaisquer despesas. -Eu fico muito grato por esta acolhida, e agradeço a Deus por Jesus Cristo ter si passado na alma daquela criança. -Não chore! Hoje é Natal, e ficamos todos felizes em fazer uma nova vida em você. Entre os convidados, estava o jovem Jairo que falava vários idiomas, principiando um diálogo com o jovem. E todos ficam surpresos com grau de intelectualidade que se passava pelas ruas da Tijuca. O natal é sempre assim, uma nova esperança que renasce das mais singelas aspirações da vida humana, assim como Jesus Cristo nasceu tão pobre, mais rico em poder e glória. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 17/12/2007
Alterado em 04/10/2011 Copyright © 2007. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |