A dança da morte dos sete véus

Naquele dia, era uma tarde de sol e João Batista havia orado ao senhor. Sabe-se que em 26 d.C., João Batista recebeu o chamado para exercer seu ministério profético (Lucas 3:2). Ele tinha uma mensagem firme, pregava o arrependimento de pecados às pessoas dos lugarejos.

Naquela época, seguindo pelo estirão de areia do deserto da Judéia, observou que sua única roupa estava totalmente rasgada. Aproximou-se de uns aldeãos e pediu o coro do camelo que eles estavam retirando do animal. Ao ser agraciado, João Batista fez sua própria roupa de pelo de camelo e cinto de couro. E naqueles dias tão difíceis, já contando com trinta anos começou a pregar nas margens do rio Jordão, conversando e alertando as multidões que o ouviam para os males dos tempos e dos homens, chamados à penitência e ao batismo. Portanto, a purificação consistia nas palavras de João, que ficou conhecido do público como João Batista, e permaneceu conhecido como João Batista, pronunciando às pressas em bom tom, o seguinte:

- Meus queridos irmãos, o Reino dos Céus está próximo. E aquele que vem nos salvar estar chegando. Vamos ser justos com o nosso irmão, arrependendo dos pecados. Aquele que vem em nome de Deus, quer os caminhos largos, estradas bem feitas e buracos tapados,

Andando pelo deserto da Judéia, Samaria e Enom próximo de Salim, João Batista viu uns aldeãos e conversou com eles, advertindo o seguinte:

-Meus irmãos arrependei-vos de vossos pecados, modifiquem suas vidas. Eis que o Messias está chegando, arrependa-os dos pecados e venha até o rio Jordão selar esta adesão.

 Um deles disse que esperava o Messias para libertá-los da miséria, doenças e dos estrangeiros. E João novamente advertiu.

-Meus amados irmãos, arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus e o Messias abençoará todos vocês. Saiba que nosso Deus pune o pecado e não haverá como fugir. Arrependa-se e viva bem com Deus. (Lucas 3:7-9).

Muitas autoridades mandavam investigar se João pretendia ser ele o Messias, mas João negava jamais adiantou qualquer mensagem a este respeito. Oportunidade em que um deles perguntou:

-E você não é o Elias?

Respondeu em um gesto de grito, o seguinte:

- Eu sou a voz que clama no deserto. Preparai o caminho para o Senhor, endireitais as estradas, tapai os buracos, retirai as pedras do caminho, enlarqueçai as estradas para o Senhor passar.

Após cumprir suas pregações, em um local distante no deserto, João sentiu fome, olhou para os lados e para a estrada de areias quentes, observou que não havia nenhuma casa, nenhum morador e a fome arrastava suas intenções. João não consegue mais andar e cai nas areias quentes com fome, e apenas disse:

-Senhor, meu Deus não me deixe morrer nestas areias quentes com fome e sede.

Sem demora, ali entre as areias, caiu João, dormindo entre o mar de areia. Ao acordar João observou vários gafanhotos e pegou vários deles e comeu, andando pelas areias desérticas, ele viu um arbusto com uma casca repleta de abelhas cheia de mel. E naquele momento, consumiu todo o mel e partiu em busca de água que brotava de uma pequena rocha. E dessa forma ficou ele se alimentando de gafanhotos e mel silvestre. Não muito distante, ao se aproximar do Rio Jordão, João observou os moradores de Jerusalém e da Judéia e de outros lugares aguardando o profeta para confessar os pecados e se batizar nas águas do Rio Jordão. Mateus 3,4-6.

Acontece, que Herodias ou Herodíade, filha de Berenice e de Aristóbulo IV,  filho de Herodes. Casada com seu meio-tio Herodes Filipe, tiveram uma filha por nome Salomé. Com muito anseio, ele escreveu uma carta para o imperador de Roma, incentivado por sua esposa alegando não estaria satisfeito com suas funções, pleiteando melhoria de cargo por uma dignidade semelhante à de Herodes Agripa I, além disso,  ele acusava Herodes Antipas com um plano para matar o imperador Tibério.

Desconfiando de tal afronte, o imperador determinou o exílio de Herodes Filipe para Roma, tendo Herodes e sua esposa levado a sua filha Salomé. Sendo certo que Herodes Antipas, Tetrarca da Galileia e Pereia há mais de 40 anos, fizera uma visita a Roma, pois, prestava contas com o imperador. E disse ao soldado de plantão.

-Não precisa avisar Herodes Filipe que estou aqui. Leve-me até a casa da minha cunhada Herodias.

O soldado cumprindo ordens, atendeu o pedido de Herodes Antipas, tendo um largo sorriso quando viu Herodíade. Indagou o Tetrarca da Galileia.

- Como vai Herodias? Eu tenho sentido muita saudade de você. Se não me engano, a cada dia você está mais bonita.

Herodias responde.

-Eu estou mais bonita. Hum! Espero que seja verdade.

-Herodias, você sabe que Filipe não tem mais futuro. Desta forma, exilado, não será homem para ter uma mulher como você. Eu quero que você venha comigo. Você separada, eu me peço o meu divórcio e caso com você. Somente assim, eu farei você uma eterna rainha e sua filha princesa Salomé irá morar na minha corte.

-É verdade. Herodes, você casa comigo? Se for verdade, eu vou embora agora mesmo. Somente assim, você está realizando o meu sonho e da minha filha.

Contudo, Herodias separou-se do seu marido Herodes Filipe para casar com outro meio-tio, Herodes Antipas, este para poder casar com Herodias, teve que se divorciar da sua primeira esposa, Fasélia, filha do rei Nabateu Aretas IV da Arábia.

Quando a esposa de Herodes Antipas soube que o seu marido retornava para o palácio com outra mulher, receando pela sua vida e seu futuro, decidiu fugir para a casa de seu pai, na Nabateia, cidade vizinha. Assim, Antipas chegou à sua residência, verificou que a sua esposa já a tinha abandonado, deixando-lhe o local para começar a viver o seu novo casamento. Desta forma, Herodíade e Salomé instalaram-se imediatamente e sem maiores problemas no palácio de Antipas, na recentemente construída capital da Galileia, Tiberíades, sobre a margem ocidental do lago da Galileia.

De acordo com o Evangelho de São Mateus, Jesus foi de Nazaré da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João, e ser batizado por ele. Mas João procurava impedi-lo, dizendo:

- Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?

 Jesus, porém, lhe respondeu:

-Por enquanto deixe como está! Porque devemos cumprir toda a justiça. E João concordou”. (Mateus 3, 14-15)

Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então, o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como uma pomba e pousando sobre ele. E do céu veio uma voz, dizendo:

-Este é o meu filho amado, que muito me agrada. (Mateus 3,16-17)

Com o passar dos dias, a história da separação de Herodias e Herodes Antipas havia se espalhado por todos os lugarejos da Judéia e Pereia. Ressaltando que após o casamento, a titulada união chegou aos ouvidos de João Batista e o povo diziam que o suposto casal vivia um incesto e um casamento vergonhoso. Portanto, é ignorado o que ocorreu com Herodes Filipe após esse episódio. Não se sabe se voltou a casar-se e se teve outros filhos.

Sabe-se que Herodes Antipas gostava da pregação de João Batista, por ser um profeta da fé e que preparava o caminho de Jesus, logo João não ficou satisfeito com essa união ilícita. Tendo se espalhado por todos os lugares, o que João Batista dizia a Herodes e demais ouvintes, o seguinte:

-Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão (Marcos 6:18). Esse casamento é ilegal, e fere a lei de Moisés.

João Batista falava com segurança que Herodias não poderia ter a felicidade de um novo casamento com seu meio-tio e cunhado Herodes Antipas. Ele protegia e defendia uma única verdade, a palavra de Deus. E dizia em público que o casal de adúlteros não podia ser feliz na lei de Deus, cujo pecado não era poupado. Notadamente, o casamento teve fins político do que pessoalmente pecaminoso, vez que violava as leis judaicas contra casar com a esposa do irmão enquanto o irmão ainda estava vivo (Levítico 18:16; 20:21).

Naquela época, os populares transmitiam todas as conversas na pregação para Herodíade, que falava para o marido, nos seguintes termos:

-Eu odeio este verme. Eu quero que você mate essa cobra horrível. Não posso viver com esta sanguessuga falando o nosso nome. Herodes, eu quero a morte desse homem ou a prisão de imediato.

Como se sabe Herodíade, era uma mulher malvada e maquiavélica capaz de calar a voz de João Batista e soube conquistar o Tetrarca para expedir uma ordem de prisão. Foi exatamente no sexto mês do ano 26 d.C. em que o profeta foi preso e amordaçado em Pereia, a leste do Mar Morto, sendo levado para a fortaleza de Maquero e mantido por dez meses até a data de sua morte. Apesar de muita insistência, Herodíade solicitava a Herodes Antipas para que João Batista fosse morto. Porém, ele se recusava a mandar executar o profeta com medo do povo, vez que acreditava que João era um profeta de Deus (Mateus 14;5) e não aspirava uma revolução.

O Tetrarca Herodes também mantinha confiança que João Batista era um homem justiceiro e, embora muito incomodado com as conversas que João articulava, adorava ouvir seus ensinamentos, bem como deixava seus discípulos à vontade com o profeta.

Ainda insistindo, Herodíade pressionou demasiadamente Herodes Antipas para que João Batista fosse morto, contudo o Tetrarca se recusava a atender as aspirações da mulher. Sem sorte na investida vingança, Herodíade esperou o dia certo para pôr em prática seus desejos macabros. Já aproximando da comemoração do aniversário do rei Herodes Antipas, ela diz para Salomé que a mesma irá dançar neste dia.

Sabe-se que Herodíade havia matriculado a princesa Salomé em uma escola de dança quando morava em Roma. Persuadindo sua filha, ela diz que traria o namorado (soldado) exilado para os braços da filha caso ela dançasse no baile de Herodes. Sem sombras de dúvidas, a princesa Salomé ficou contente e concordou com a respectiva promessa de sua mãe.

Na verdade, o aniversário de Antipas ofereceu a Herodíade o momento propício de conseguir seu objetivo com o gosto de vingança. Importante ressaltar, que a princesa Salomé namorava com um soldado romano, vez que Herodíade não aceitava o nível cultural e muito menos sua filha ter um caso com um soldado, e também não fazer parte da família Herodiano ou fazer parte de uma corte palaciana.

Assim, Herodíade era uma mulher vingativa, ambiciosa, insaciável pelo poder, procurava casar sua filha Salomé com um homem da mesma família ou mais influente possível observando sua família ascender em uma escala social. Advém, sem Herodes Antipas saber ou sua filha, determinou em segredo ao chefe da guarda pretoriana que mandasse o namorado de sua filha para o exílio sem que o mesmo soubesse da determinação. E com seis dias de serviço prestado, fosse colocado veneno em sua refeição. Tendo em vista ser um soldado romano, não traria quaisquer problemas ao reinado com a referida saída do militar. Desta forma, ela afastou o soldado, ordenando a sua morte.

Com muito desgosto e raiva, Aretas IV o pai de sua ex esposa de Herodes, determinou que o seu exército atacasse o exército de Herodes, dos quais todos morreram, vingando-se da separação de sua filha Sélfedia, o rei não falou mais sobre o assunto.

Sabe-se que Antipas comemorou uma festa de aniversário como sendo uma das mais cara do país, e convidou as personalidades mais notáveis da corte, comandantes militares e às principais personalidades da Galiléia, gente na sua maior parte arquimilionária, mas provinciana e com os refinamentos da classe.

Mas o Batista não abandonou sua fé em Cristo. A lembrança da voz do Céu e da pomba que descera, da imaculada pureza de Jesus, do poder do Espírito Santo que sobre ele próprio repousara ao encontrar-se em presença do Salvador, e do testemunho das escrituras proféticas - tudo testificava de que Jesus de Nazaré era o Prometido.

João não queria discutir suas dúvidas e ansiedades com os companheiros. Decidiu enviar mensageiros a indagar de Jesus. Isso confiou a dois de seus discípulos, esperando que uma entrevista com o Salvador lhes confirmaria a fé, e traria certeza a seus irmãos. João ansiava uma palavra de Cristo, proferida diretamente a ele.

Os discípulos foram ter com Jesus, levando sua mensagem:

-És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? Mat. 11:3.

Quão pouco o espaço transcorrido desde que o Batista apontara a Jesus, e proclamara:

-Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Este era Aquele de quem eu dizia: O que vem depois de mim é antes de mim! João 1:29 e 27. E agora, pergunta: És Tu Aquele que havia de vir?

Notadamente, isso era profundamente cruel e decepcionante para a natureza humana. Se João, o fiel precursor, deixava de discernir a missão de Cristo, que se poderia esperar da interesseira multidão? O Salvador não respondeu imediatamente à pergunta dos discípulos. Enquanto eles ficavam por ali, admirados de seu silêncio, os enfermos e aflitos iam ter com Ele para ser curados.

Logicamente o Batista não desamparou sua fé em Cristo Jesus e tão pouco desandou da cristandade. A obra da voz do Céu e da pomba que descera, da imaculada pureza de Jesus, do poder do Espírito Santo que sobre ele próprio repousara ao descobrir em presença do Salvador, e do testemunho das escrituras proféticas - tudo testemunhava de que Jesus de Nazaré era o Prometido.

João não queria discutir seus equívocos e ansiedades com os companheiros. Decidiu enviar mensageiros a indagar de Jesus. Isso confiou a dois de seus discípulos, esperando que uma entrevista com o Salvador lhes confirmaria a fé, e traria certeza a seus irmãos. João ansiava uma palavra de Cristo, proferida diretamente a ele.

Os discípulos foram ter com Jesus, levando sua mensagem, dizendo o seguinte:

-És Tu Aquele que havia de vir, ou esperamos outro? Mat. 11:3.

Jesus Cristo não respondeu prontamente à pergunta dos discípulos. Enquanto eles ficavam por ali, admirados de seu silêncio, os enfermos e aflitos, pobres e aleijados iam ter com ele para ser curados.

Assim se passou o dia, os discípulos de João vendo e ouvindo tudo. Por fim Jesus os chamou a si, pediu-lhes que fossem, e dissessem a João o que haviam testemunhado, acrescentando:

-Bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim.

A prova de sua divindade mostrava-se na adaptação da mesma às necessidades da humanidade sofredora. Sua glória revelava-se na complacência que tinha para com nossa baixa condição.

Como se sabe, Herodíade preparou a princesa Salomé, que na alta sociedade romana tinha aprendido atrativos bailados, dos que aquela gente rude não fazia a menor ideia, para que oferecesse um espetáculo original de dança do ventre. Ali, a menina levou uma vida cheia de luxos e aconchegos, própria de uma verdadeira princesa, convivendo com membros das famílias aristocráticas da sociedade palestinense.

E em pleno festim, quando os humores do vinho e o enfartamento pelo banquete se haviam apoderado dos convidados, a pequena Salomé, quase sem saber o que se passava, entrou com sua mãe na festa da sala do banquete para fazer a sua exibição. Momentos antes, sua mãe pedira para que a mesma bebesse o que havia na taça e dançasse à vontade, agradando a Herodes e aos convidados.

A bela princesa Salomé, a estrela de primeira grandeza principia a bailar a Dança dos Sete Véus ao padrasto Rei Herodes Antipas e convidados em uma dança agitada, mostrando os bustos, e sem demora, aproxima-se do Tetrarca mostrando suas pernas grossas e lançando o véu azul marinho ao chão. Como se tivesse vasta experiência, a bela princesa deixa cair o segundo véu perante os olhos dos convidados. E a dança acrobática de Salomé vai tomando outro rumo, contorcendo de ponta cabeça, com as mãos no chão e as pernas para o alto em frente ao Tetrarca, faz o mesmo perder o juízo, observando os passos rítmicos da princesa na dança. Assim, que a menina terminou de bailar, o rei disse à jovem:

-Peça-me qualquer coisa que você quiser, e eu lhe darei.

E prometeu-lhe sob juramento:

-Seja o que for que me pedir, eu lhe darei, até a metade do meu reino.

Salomé saiu devagar e se dirigiu à sua mãe, e perguntou:

-Que pedirei?

Respondeu ela.

-A cabeça de João Batista. Faça isso conforme combinamos e te darei o seu namorado romano.

Imediatamente a jovem apressou-se em comparecer ao rei com o pedido, requerendo:

-Desejo que me dês agora mesmo a cabeça de João Batista em uma bandeja de prata.

O rei Herodes Antipas ficou atormentado e frio com o pedido da princesa Salomé, mesmo cheio de vinho o pedido doeu na cabeça do rei. Porém, por ensejo do seu juramento e dos convidados presentes que tudo assistiram, não quis negar o pedido à jovem.

Herodes ficou triste e angustiado por ter sido colocado nesse dilema, mas, por causa de seu voto e dos convidados que tudo assistiram, ele não voltaria atrás por suas palavras.

Sem demora, Herodes enviou, pois, imediatamente um soldado carrasco com ordens para trazer a cabeça de João em uma bandeja de prata. O soldado ao chegar no cárcere, olhou para João Batista e ele disse o seguinte com lágrimas nos olhos:

-Não me mate por clemência a Deus, nosso senhor.

O Soldado com um olhar triste, respondeu.

-Eu cumpro ordens, somente isso.

João falou suas últimas palavras:

- A minha vida está nas mãos de Deus!

As palavras de João Batista soaram entre lágrimas, doloridas pela sentença desejada por Herodíade cuja decapitação magoou todas as feridas espalhadas nos povos. Após a notícia se espalhar na Judéia e demais lugares, os discípulos de João Batista foram buscar o corpo dele para fazer um enterro decente. Tendo em vista, que acompanhavam os discípulos vários arqueiros e flecheiros do deserto pronto para uma guerra brutal em defesa de João Batista.

Certa tarde, Joana, esposa de Cusa, homem  responsável pela residência de Herodes, tendo ela sido curada por Jesus Cristo, foi uma das mulheres que ajudava com o dinheiro nas viagens do mestre, além de ser testemunha da ressurreição, estava acariciando os cabelos da Princesa Salomé e falando de Jesus para ela.

- Joana, eu deveria desaparecer desta vida. Minha mãe me enganou, dizendo que iria trazer o meu namorado.

Joana pedia:

- Não chore menina bonita. Não chore.

- Ela mandou matar o meu namorado. Eu descobrir tudo. Ela me enganou. Antes de tudo ela havia se vingado mandando eu pedir a cabeça do profeta. Depois que eu fiz tudo para ela. Minha mãe não me deu o meu namorado. Ele está morto há quinze dias. Joana, se eu soubesse antes, não teria pedido a cabeça de João Batista pro tio Herodes. Eu fui muito fraca ao ponto de fazer isso. Não pedir nada, nada para mim. Hoje, eu sofro por tudo isto.

-Não chore mais, Princesa. Peça perdão pelos seus pecados a Jesus. Vamos falar com ele.? Hoje sou feliz e curada por Jesus Cristo.

-Não. Eu não posso falar com ninguém. Eu nunca vou perdoar a minha mãe  por isso. Hoje me sinto doente por causa desses ato cometido por mim. Eu nunca matei ninguém.

Naquela amaldiçoada noite, a voz do homem do deserto, o homem do rio Jordão que batizava e gritava para abrir os caminhos para o Messias, o homem que batizou Jesus se calou para sempre. Na verdade, Herodes, Herodíade e a princesa Salomé, foram devidamente culpados pela decapitação do maior discípulo de Jesus. Sobreleva-se que que após esse evento maligno, a vida pessoal da princesa Salomé não foi mais a mesma com apenas 12 anos de idade.

Sucede, que a princesa Salomé nunca viu Jesus, assim como nunca esteve em suas pregações. Nota-se que Herodes Antipas, após a comemoração do aniversário, se apaixonou por Salomé, mantendo com a mesma uma situação de estupro por quase quatro anos no maior sigilo do palácio. Herodes Antipas era considerado um rei corrompido e frívolo, que não respeitava a lei, mas apenas seus interesse em saciar.

Acometido de uma coceira nas genitálias, não procurou médico para se tratar. Tudo ocorrido nos atos sexuais que mantinha com sua sobrinha e filha, vez que o Tetrarca nunca se lavou após os atos sexuais, gerando uma infecção incomum no pênis chamada de gangrena de Fournier, além de uma misteriosa infecção nos rins.

Com o exílio de Herodes e Herodíade, a princesa Salomé casou com um rei e foi morar com o mesmo até à sua morte, tendo ficado viúva não procurou mais outro.