INCLINAÇÃO AMOROSA
A noite vai chegar com o silêncio, Sem balançar as minhas palmeiras, A brisa já partiu na madrugada fria, Eu não sei o que mais fazer, é besteira! Eu sinto que o tempo não deixou marcas, Não abriu um caminho ente nós dois, Mas, confesso-te que o meu amor é real, E não existirá em qualquer era outro igual. Esse desalento inalterável espanca a dor, Neutraliza o anverso desse sentimento, Gotejando nas fendas d`alma o meu amor, Induz com negrume nesse quiosque atento. E por estes e outros motivos cá aqui estou, Incontido e sem qualquer malícia em te amar, Despejo nas folhagens da vida a minha afeição, Trocados nas lembranças de muitíssimos beijos. Estarei entre o inverno e o verão a esperar, Com flores do campo e rosas do meu jardim, Fatigando nas noites esperanças, vou continuar, Ínvio, impávido e amoroso como o jasmim. Sabes que a estrada um dia poderá se cruzar, Tornando uma via acessível sem fronteiras, Comedido por linhas afetivas e bem traçadas, Ainda espero a voz macia em cada anoitecer. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 17/01/2008
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