SONETO DE TERNURA
Se o amor soubesse furtar os teus olhos, Traria nos meus o perfume da rosa, Libertando-me de quaisquer abrolhos, Altaneira! Serás a minha briosa. Que me guarda e prende com os ferrolhos, Na paixão que incendeia não é perigosa, Aguçada no meu corpo há antolhos, Que saem do fundo do coração em glosa. Fragueiro como ’antes, hei de te amar! Noutros mares bem distantes, é um cheiro, No cachecol sem sol, vou te abarcar. Busto e cerviz hás de uni’ o marinheiro, Nos epítetos dos seios irás dar, Os olhos da bel roseira ao parceiro. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 06/02/2008
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