TAMBOR-DE-CRIOULO DO MARANHÃO
O couro está aquecido pronto pra zoar, As mulheres constroem um grande anel, Tia Joana sacode o corpo no balançar, Entra no círculo da roda para dançar. Os tambores não param de tocar, Dança, gira, remexe, baila e agita, No meio da roda pra tia Joana brincar, Remexendo o corpo na ginga faz girar. Rebate os braços, se solta na caatinga, É festa do Maranhão, é dança popular, As mulheres se organizam e vão brincar, Somente a tia Joana no centro a bailar. Três batuques embalam o festivo, O pequeno tambor soa no repicado, Joana acompanha livre, voando o corpo, Estremece a saia naquele cadenciado. O meião ou socador levanta o ritmo, O roncador bate forte na harmonia, É o início do toque da umbigada, Dos movimentos africanos na alegria. Joana dança com a saia colorida, Levantando poeira nos movimentos, O suor escorrega do rosto. É fadiga, As mulheraças recomeçam as cantigas. Agita os tambores e a umbigada, Brincadeiras das raças do Maranhão, Alegria dos mestiços e vida dos crioulos, Joana cansada, leve e solta lança mão. Através da umbigada latejante, Entra dona Tereza no centro da roda, O tamborileiro acompanha os passos, Fortifica e grita mais o compasso. A festa não para e nem a folia, É dona Tereza que faz o gingado, Balançando o esqueleto magro, Pula a negra crioula com um olhado. Bela Tereza com a saia verde e azulada, Faz gracejo com o seu corpo imaculado, Vivenciando o reino das nossas tradições, Jamais esquecidas em todo o Maranhão. ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 12/12/2005
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