FARSA, FARSANTE E FARCESCA
Uma nuvem efêmera, Só deixa uns vestígios, Bronzeado com quimera, Desenganos e indícios. De quem te abraça, Que traduz na alça, Único beijo na brasa, Lambuzados sem graça. Na praça do amor, No lato do teu poço, Na avenida do pescoço, Afoguei-me no gosto. Fruto prazenteiro e airoso, Cheio de escárnio e farsas Sabor inconstante com odor, Pedaço de uma pequena flor. Lindeza e beleza tu tens, E a farsa? E o embuste? Onde tu escondes? Este rio de petas. Que invalida a tua destreza, Corroendo o âmago do teu ventre, Espancando e mutilando a gentileza. Com tantos caminhos e sementes, Frutos lançados na ira e não sentes. Pequeninos jardins expulsos, Daquele malcriado ventre, Que encobre e roda a cabeça, Esconde no embuste do tempo. És uma pequena flor da idade, Perdida no meio do mundo, Exalando no teu corpo a falsidade, Sem uma rosa se quer pra chorar. (D.R.A)
ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 27/12/2005
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